segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

POEMA DE NÃO SE RECITAR

Para que escrever,

Para que vivo a buscar

Inspiração? Ah , como dói lembrar

De que não se lembram

Aqueles que não sabem cantar...!


Quando eu sonhei

Fui chamado de louco, sem razão...

A poesia do meu tempo

Já não era a fruição

Mas, a mercadoria do ato

Dessa nova recitação...


Quando eu acordei

Convertido de pura inspiração

Senti a pena pesada

Já não queria a minha mão

Senti-me um poeta inútil

E a poesia que eu tanto estimei

Virou obra fútil


E os espectadores fora de si

Esqueceram de olhar para mim

Disfarçados pela maravilha

Da convenção de valorizar

O artista, de práxis,

Eles tinham que falar...


Falaram de mim

E não leram a poesia

Deixaram para o outro dia

Essa hora de sonhar

Só para não ter que lembrar

Que é arte e é minha...

São descrições da alma

Calada e sozinha!

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