sábado, 27 de novembro de 2010

Flávio Hora: Um Homem Apaixonado (Carta II)

Carta II

Esquecido no mundo...
Tão severo e cheio de caminhos...
Uma busca se fez e uma esperança
Da qual será enfeitado minha estrada,
Dos sonhos todos que tive
Já não lembro de mais nada...

Pergunto a mim mesmo:
De onde vem tanta paixão...
Essa que me arrebata
Entre os meus ideais
Como uma ciência exata
Onde o barulho é a fonte
Da solidão que mata...!?

Olho para fora de mim
E vejo que lá dentro
Se espelha, e eu sinto
Desse tempo uma falta
De amor, ah minto....
Olho pro céu e lembro...

Mas, de tudo o que pressinto
No meu mundo desenganado
É que tudo o que creio
Seja, por receio...
Sem pudor duvidado
E antes que eu me encontre
Faça-me a vida um sorteio...!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Flávio Hora: Um Homem Apaixonado

Carta I

Quantos versos esquecidos
Escrevi e nem mesmo eu pude ler...
A musa estava dormindo,
A pena já não sentia prazer
O papel aos poucos sumindo
Amarrotado do meu sofrer.

No mundo das minhas andanças
De tudo aquilo que passou
Hoje, só resta lembranças
Mitos, boatos e saudades
Romances raros e esperanças
Na solidão dos meus anos
Onde só tenho perplexidades
E tristes desenganos.

E a paixão natural,
Fonte que brota do meu ser,
Cuida em me manter aceso
Em me dar esse prazer
Contemplar tudo que é belo
Admirar sorrisos
Colecionar olhares
E construir o meu castelo...

E assim,
Tão apaixonado como agora
Vivo a sonhar com meu mundo
Diferente de outrora
Com um sentimento profundo
Que o tempo revigora:
O desejo fecundo...!