Carta I
Quantos versos esquecidos
Escrevi e nem mesmo eu pude ler...
A musa estava dormindo,
A pena já não sentia prazer
O papel aos poucos sumindo
Amarrotado do meu sofrer.
No mundo das minhas andanças
De tudo aquilo que passou
Hoje, só resta lembranças
Mitos, boatos e saudades
Romances raros e esperanças
Na solidão dos meus anos
Onde só tenho perplexidades
E tristes desenganos.
E a paixão natural,
Fonte que brota do meu ser,
Cuida em me manter aceso
Em me dar esse prazer
Contemplar tudo que é belo
Admirar sorrisos
Colecionar olhares
E construir o meu castelo...
E assim,
Tão apaixonado como agora
Vivo a sonhar com meu mundo
Diferente de outrora
Com um sentimento profundo
Que o tempo revigora:
O desejo fecundo...!
Nenhum comentário:
Postar um comentário